Os grupos da esquerda brasileira e a sua capitulação
O papel desempenhado pelos grupos da esquerda brasileira foi
infeliz. A começar pelo PSOL, os grupos que o compõem, como a Resistência e
outros grupos, além do PSTU, que no segundo turno convocou o voto em Lula.
Todos esses grupos capitularam e traíram o povo brasileiro, porque chamaram a
votar em um representante dos grandes empresários, que representa os interesses
de 1% mais rico da oligarquia brasileira, apoiado pelo imperialismo estadunidense
do governo Biden.
Todos esses grupos diziam que tinham que votar em Lula para
derrotar o "avanço do fascismo". No entanto, essas propostas são invenções para
dissimular a capitulação que realizaram e justificá-la.
Mostrou-se ainda que o discurso de que havia "fascismo" ou "bonapartismo"
no Brasil não era real, sendo comprovados posteriormente em alguns eventos
significativos ocorridos dias após as eleições. Um deles foi o fato de
Bolsonaro ter decolado com os grupos que bloqueavam as rodovias entre caminhões
e policiais.
Outro elemento são as declarações do próprio Bolsonaro,
antes das eleições, de que garantiria o processo eleitoral em plena ordem. Não
houve presos políticos, ataque aos sindicatos, censura de imprensa, golpe
militar ou qualquer outra ocorrência febril que indicasse fascismo.
O que está acontecendo no Brasil e no mundo é que todas as
esquerdas entraram em colapso, e estão cedendo vergonhosamente ao reformismo. A
partir daí, o que se pretende é que, com a falsa polarização entre PT e PL, encobrir
o fato de o mundo ter entrado em uma fase revolucionária sem precedentes. E
hoje há uma gigantesca ascensão das massas trabalhadoras que começaram a se
rebelar contra o sistema e seus executores. Greves, mobilizações, guerras, queda de governos e
retrocessos do imperialismo em questões militares etc. Esses são alguns dos
elementos que indicam que desde 2008 até hoje, 2022, a ascensão das massas na
luta de classes e na consciência deu um salto quantitativo.
A grande debilidade
do apoio popular ao futuro governo do PT, aliado a G. Alkmin, PSOL, etc., o levam
a abrir diálogo a vários acordos políticos com a frente parlamentar
bolsonarista e seus governadores estaduais. Os primeiros sinais de colaboração
já começam com a intervenção política do "Centrão" e a nomeação de
funcionários do governo por indicação.
Em nossa publicação anterior (02/10) escrevemos: "... Todas
as previsões de uma vitória esmagadora de Luiz Inácio Lula da Silva [PT],
candidato do Internacional Progressista, que circulou fortemente algumas
semanas antes das eleições presidenciais, apontavam para uma diferença superior
a 10 pontos percentuais. Mas isso não aconteceu.".
Logo após o resultado do segundo turno
(30/10), tampouco o progressismo obteve uma diferença importante sobre
Bolsonaro, esta apenas ficou abaixo de 2 pontos
porcentuais, e tampouco o progressismo obteve uma diferença importante
sobre Bolsonaro.