O próximo governo de Brasil não representa os trabalhadores

LA MARX BRASIL em LA MARX INTERNACIONAL
Em 30 de outubro de 2022 realizou-se no Brasil o 2º turno eleitoral para eleger um novo presidente. O dia transcorreu sem atritos ou atos de rebelião que colocassem em risco o desenrolar da segunda etapa eleitoral, fora e dentro do território federal brasileiro. Os bloqueios de rodovias e as mobilizações por apoiadores do atual governo brasileiro que ocorreram após o resultado das eleições, exigiam que o resultado das eleições fosse anulado por fraude, no entanto, Bolsonaro e as Forças Armadas aceitaram o resultado, desmentindo as acusações de fraude. Todos os setores capitalistas que representam 1% da população do Brasil concordaram em apoiar o regime democrático burguês capitalista, o qual garante seus lucros.
A partir da nossa análise atual, "La Marx Brasil"
tem apontado em notas anteriores a fragilidade política dos dois partidos em
disputa (PT; PL) demonstrada nas eleições de primeiro e segundo turno. A
análise materialista histórica, a partir da qual passamos a afirmar isso, tem
seu antecedente, no caso do PT, em um processo de Revolução Política (2013), em
que as massas romperam com suas lideranças traidoras, retirando todo apoio e
tomando as ruas após um aumento geral no preço da tarifa do transporte de ônibus,
atuando como uma faísca de ignição.
A crises do PT
Desde então, o PT, que havia deixado de contar com o apoio incondicional da classe trabalhadora brasileira passou por seu pior momento, com a prisão de seu líder máximo e histórico, Luiz Inácio Lula da Silva. No mês de junho de 2013, os níveis de pobreza e desemprego superaram as expectativas da população em relação ao primeiro governo da economista Dilma Rousseff, cuja candidatura foi promovida pelo ex-presidente "Lula".
Naqueles dias, acentuou-se fortemente a rejeição da corrupção entre o Estado e a burguesia local, que enriquecia rapidamente à custa dos trabalhadores, e isso fez com que o PT caísse em 2016, após um processo constitucional (Impeachment), deixando o Vice-Presidente Michael Temer (PMDB) no comando do executivo até 2019.
O resultado das eleições
O resultado das eleições de 2022, em termos de milhões de
votos, entre um candidato contra o outro, significou um verdadeiro empate
técnico. Cada um contou com o apoio de apenas um terço dos eleitores. As duas candidaturas
capitalistas são projetos políticos muito frágeis que resultaram em um próximo
governo "Lula" no Brasil.
Logo, é importante destacar que mais de 42 milhões decidiram
não votar, ou seja, anular ou votar em branco, e esse número de não votantes ficou
empatado com os resultados de cada candidato. Em outras palavras, um grande
número da população não acredita mais na democracia dos ricos, a democracia
burguesa. Milhões de jovens não vão votar, quase a maioria negros, pobres e
indigentes, entre 22 e 30 anos. Milhões de desempregados e pessoas em situação
de risco alimentar, de saúde e de habitação não escolheram nenhum dos candidatos.
Eles desconfiaram que este sistema lhes ofereça uma saída concreta para suas
necessidades.
A candidatura de Lula não desperta mais o entusiasmo e o
apoio de setores das massas que o PT teve em outros tempos. Este é o produto de
Lula ser um defensor aberto dos grandes capitalistas, cercado pelos mais
importantes empresários e banqueiros que apoiam sua candidatura. E, por outro
lado, Lula se preocupou em conquistar o apoio dos setores mais atrasados do
movimento de massas, os setores cristãos, retrógrados, anunciando que se opunha
ao aborto legal.
Todo o programa de Lula se opõe às aspirações de milhões de ativistas que lutam pelos direitos das mulheres no Brasil, um dos setores mais oprimidos junto aos negros do mundo. Mostrando-se fiel representante dos grupos religiosos mais retrógrados, a candidatura de Lula não despertou nenhum entusiasmo em setores das massas e dos ativistas.
